Dois Infantes na Costa
No Colégio da Costa, que foi Universidade de Guimarães no século XVI (1537-1550), estiveram dois Infantes.
Eram eles, D. Duarte, filho natural de D. João III e D. António, que ficou a ser mais conhecido por Prior do Crato e era filho do Infante D. Luís.
D. Duarte era considerado “delícias da Corte de Portugal” e aprendeu na Costa os primeiros rudimentos que lhe foram ministrados pelo lente de Filosofia Fr. Jorge de Belém, tendo como diretor Frei Diogo de Murça. Diz-se que D. Duarte possuía um génio suave e era afável e conciliador dos ânimos. Proferiu no Colégio da Costa uma Oração em louvor da Filosofia e fez a tradução latina da Crónica de D. Afonso Henriques, de Duarte de Galvão.
Saiu da Costa a 12 de Agosto de 1543, já nomeado arcebispo de Braga, de que não chegou a tomar posse por ter falecido em Lisboa em 11 de Novembro desse mesmo ano, com 22 anos, pois tinha nascido naquela cidade em 1521.Foi sepultado no Mosteiro de Belém.
D. António também nasceu em Lisboa, mas 10 anos mais tarde, isto é, em 1531. Também foi aluno de Teologia de Fr. Jorge de Belém. Esteve na Costa até 1548, ano em que transitou para Coimbra a fim de continuar os seus estudos no Mosteiro de Santa Cruz, onde teve por condiscípulos, D. Fulgêncio e D. Teotónio, filhos do Duque de Bragança D. Jaime.
D. António acompanhou a Africa EL-Rei D. Sebastião, onde ficou cativo, sendo depois resgatado.
Por morte do seu, tio, o Cardeal-Rei D. Henrique, em 1580, foi pretendente ao trono de Portugal e aclamado rei em Santarém a 24 de Junho desse ano, mas foi vencido por Filipe II de Espanha, que então invadiu Portugal e se proclamou rei.
By Manuel Alves de Oliveira in Boletim da Juni, n.º 6, Dezembro 1987
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